O acordo que selou a venda da Nokia para a Microsoft pegou as pessoas de surpresa, mas não alguns analistas da área de tecnologia. Segundo Ben Thompson, da firma Stratechary, e Benedict Evans, a ação já era esperada e o principal motivo da negociação foi o Windows Phone
Os dois especialistas acreditam que a Microsoft só tomou esta medida, e investiu aproximadamente US$ 7 bilhões (em torno de R$ 15 bilhões) na aquisição da companhia finlandesa, porque temia que a Nokia abandonasse o seu sistema operacional móvel. A possível tendência era de que a empresa passasse a desenvolver uma plataforma própria ou a usar o Android, do Google.
“Acredito que a Nokia ia mudar para o Android ou entrar em falência. E, se a Nokia abandonasse o Windows Phone, o sistema estaria morto, porque já foi abandonado por muitas outras fabricantes, como Samsung e HTC. A Microsoft se sentiu como se não tivesse nenhuma outra escolha”, avaliou Thompson.
Os números atuais de comercialização do Windows Phone foram utilizados como argumento por Evans, que acredita que a plataforma ainda não se tornou relevante no mercado. Segundo ele, o acordo foi a melhor solução tanto para este problema da Microsoft quanto para a péssima situação financeira da Nokia.
“Ficou claro que o Windows Phone não está funcionando. Sua participação não está caindo, e ele até passou o BlackBerry em alguns mercados, mas vendeu só 20 a 25 milhões de unidades nos últimos 12 meses, enquanto o Android vendeu 430 milhões (e talvez mais de 150 milhões na China) e o iPhone 143 milhões”, destacou.
Independente dos motivos, uma coisa é certa: Microsoft e Nokia, agora, estão mais unidas do que nunca. Se isso vai ser bom para o Windows Phone, só o tempo poderá dizer. A expectativa é de que, em novembro, durante uma reunião com seus investidores, a Nokia apresente o acordo, e no primeiro trimestre de 2014 a transação seja oficializada.